terça-feira, 31 de maio de 2011

Petrobras recebe multa irrisória por vazamento de óleo no Rio Cubatão.


A Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) aplicou  no último dia 21 de janeiro uma multa irrisória à RPBC (Refinaria Presidente Bernardes de Cubatão), da Petrobras, em cerca de R$ 140 mil, por um vazamento de óleo na estação de tratamento de efluentes da RPBC  no Rio Cubatão, Baixada Santista. O acidente aconteceu provavelmente por falta de manutenção e limpeza do reservatório de decantação de resíduos oleosos.
Com isso, dezenas de petroleiros passaram a trabalhar na contenção do vazamento com o uso de quatro caminhões-vácuo, barreiras absorventes e outros equipamentos e materiais. Técnicos da Cetesb também foram acionados, mas não informaram quanto óleo vazou da RPBC. Mistério.
A Petrobras já havia sido multada por episódios idênticos ocorridos em setembro e no final de dezembro de 2010. Portanto, é reincidente.
Nas três ocasiões, o acidente ocorreu por lançamento de efluente líquido oleoso proveniente do sistema de efluentes líquidos da refinaria, vindo a atingir o Rio Cubatão. Nesta última ocorrência, principalmente nos dias 15 e 16 de janeiro, películas e manchas de óleo eram vistas no corpo d’água na altura da Ponte da Avenida 9 de Abril, no centro da cidade.
Além da multa baixíssima aplicada para a Petrobras, técnicos da Cetesb de Cubatão afirmaram à imprensa: “Não é um vazamento grave nem trouxe danos à flora e à fauna”. Ou seja, mais uma vez, “autoridades ambientais” dizem que “o vazamento foi superficial e não chegou a causar danos ambientais”. Risível.
No Brasil, raramente as multas ambientais são pagas. Nos últimos dez anos, menos de 1% do valor total de multas aplicadas pelos órgãos ambientais estaduais foi pago. A “indústria dos recursos judiciais” funciona muito bem em todo território nacional.
Por outro lado, como relata alguns petroleiros, “estes casos ilustram de maneira cristalina que a excelência em Responsabilidade Social da Petrobras, além de questionável, está se transformando numa peça publicitária demagógica, convincente apenas para os institutos estrangeiros que premiam empresas que são referência em sustentabilidade com base em índices e critérios cada vez mais subjetivos e distantes da realidade”.
E acidentes como estes também explicitam que em Cubatão há pouca consciência ecológica da população, de defesa efetiva do meio ambiente. Afinal estes episódios tristes (e mais ou menos corriqueiros) são vistos com naturalidade pela sociedade, não há reação. Nesta cidade, infelizmente, ecologia é vestir uma camiseta verde, organizar um passeio no mangue, promover um cursinho de “educação ambiental” ou plantar mudas de árvores em datas pontuais. Tudo incentivado pela Prefeitura e as indústrias, dentro da conexão demagógica e marqueteira “verde”.
É incrível como as grandes empresas do pólo industrial de Cubatão continuam mandando e desmandando na cidade, cometendo crimes ambientais e saindo “bem na foto”.
Será que a prefeita de Cubatão, Marcia Rosa (PT), teria a coragem de tomar banho no Rio Cubatão, na altura da refinaria da Petrobras?
Moésio Rebouças

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Efluentes Liquidos - Notícias

Tratamento de efluentes líquidos é ecológico e economicamente correto

Workshop transmitido ao vivo pela TV Interativa foi assistido por mais de 600 empresas
Com transmissão da TV Interativa do Ciesp a mais de 600 empresas, aconteceu na quinta-feira (24), em São Paulo, o workshop “Tratamento de Efluentes Líquidos”, terceiro de um total de sete programados até o fim do ano e que tem por objetivo orientar as indústrias no gerenciamento dos principais temas ambientais.

Apresentado por Regis Nieto, gerente do setor de Efluentes Líquidos da Cetesb, o workshop foi pontuado por ações que são realizadas para o tratamento de produtos líquidos ou gasosos produzidos por indústrias ou resultantes dos esgotos domésticos urbanos, lançados no meio ambiente.

Nieto relatou que, tanto no Estado de São Paulo como no Brasil, os efluentes líquidos industriais e domésticos devem atender aos padrões de emissão, conhecidos tecnicamente como "end of pipe", tecnologia para o tratamento e o controle dos resíduos no final do processo produtivo.

O gerente também comentou sobre o reúso dos efluentes e do aproveitamento do lodo que é retirado durante o tratamento, servindo, entre outras coisas, para fins agrícolas (aplicação em áreas de reflorestamento) e também na produção de cimento.

O tema do workshop é relevante, especialmente se for levada em conta a atual crise nos recursos hídricos, como a escassez de água em algumas regiões. Quando se refere às indústrias de papel e celulose, por exemplo, essa necessidade fica ainda mais presente, já que esta atividade industrial exige grande consumo de água gerando enorme quantidade de efluentes. Geralmente, os efluentes da indústria de papel e celulose apresentam intensa coloração e a etapa de branqueamento da celulose é a que apresenta o maior potencial poluidor.

No final da apresentação, Regis Nieto respondeu a inúmeras questões das diretorias regionais que assistiam ao evento.

O diretor de Meio Ambiente do Ciesp, Eduardo San Martin, coordenador técnico do evento, destacou ao final da apresentação a importância de eventos como os workshops promovidos em parceria com a Cetesb e fez um apelo para que mais empresas participem: “Quanto maior for a conscientização das indústrias, melhor serão os resultados para a causa ambiental e saúde da população”.

http://www.ciesp.com.br/ciesp/WebForms/interna.aspx?campo=2804&secao_id=28

domingo, 29 de maio de 2011

Tratamento de Efluentes e Destinação dos Resíduos de Ensaios por Líquidos Penetrantes

Tratamento Físico

Os tratamentos destrutivos do tipo físico-químico aplicam-se na depuração de águas residuais (geradas normalmente, pelos ensaio não destrutivos, tratamento de superfícies, lubrificação, refrigeração e limpeza de peças e equipamentos) e podem ser agrupados nos seguintes processos:

1.     Operações de óxi-redução
·       Redução de Cr VI
·       Oxidação de ions ferrosos, cianetos e matéria orgânica
2.     Operações de neutralização e precipitação
·       Hidróxidos metálicos
·       Sulfatos, fosfatos e fluoretos
3.     Operações de floculação e decantação
4.     Operações de desidratação de lamas (resíduos)

Objetivos do tratamento físico-químico
·       Recuperação de algumas substâncias
·       Recuperação de metais pesados por precipitação química
·       Diminuir a periculosidade e a toxicidade
·       Oxidação de cianetos obtendo cianatos
·       Redução do Cromo (VI) para Cromo (III)



Operações de tratamento físico-químico 

Oxidação de cianetos
Para eliminar os cianetos presentes nos efluentes, há a necessidade de previamente oxidá-los pela ação de oxidantes fortes, como o hipoclorito de sódio, em meio alcalino, que se pode obter através da adição de soda cáustica.

Redução de cromo hexavalente
Este processo é efetuado por adição de um agente redutor, como o bissulfito de sódio, num meio ácido, como o ácido sulfúrico, necessário para se dar a reação.

Homogeneização e Neutralização
Nesta etapa procede-se à homogeneização dos diferentes tipos de efluentes e ao ajuste de pH de forma a serem criadas as condições necessárias à precipitação dos metais pesados. Normalmente, dão entrada nesta operação os efluentes da linha de oxidação de cianetos, de redução de cromo e restantes efluentes, ácidos e alcalinos, com metais pesados.

Floculação
Nesta operação adiciona-se ao efluente homogeneizado uma  substância floculante para que assim se verifique a aglutinação dos flocos de menores dimensões por forma a ficarem mais densos e com maior velocidade de sedimentação.

Decantação
É nesta fase que se dá a separação dos flocos sólidos em suspensão e que se  formaram na fase anterior, por sedimentação, num decantador de tipo lamelar.

Desidratação mecânica
Por este processo, consegue-se uma resíduo desidratado com uma percentagem de umidade com cerca de 35%. Para tal, pode recorrer-se a filtros prensa por placas. Os resíduos com origem nesta operação, são recolhidas em recipientes tipo big-bag, sendo levados para uma zona de armazenagem temporária de resíduos (muito utilizado em efluentes de partículas magnéticas).


       




Métodos específicos utilizados para Líquidos Penetrantes:

Os líquidos penetrantes são cargas totalmente orgânicas compostos por solventes, tensoativos, surfactantes e pigmentos que podem ser eliminados dos efluentes pelos métodos físico-químicos, biológicos e por ultra filtração. Este produto é facilmente tratável, porém vale salientar que a legislação brasileira não admite que nenhum resquício de cor seja despejado nos corpos receptores, portanto pedimos especial atenção à remoção dos pigmentos.

O LP pode ser removido das seguintes maneiras:


Adsorção
A adsorção é geralmente usada na remoção de compostos orgânicos refratários presentes em muitos efluentes industriais e cuja remoção se torna difícil ou impossível por processos de tratamentos biológicos convencionais. É também comum utilizar-se a adsorção para tratamento de efluentes com metais pesados sendo um processo bastante eficiente na sua remoção. O adsorvente mais comum em processos de tratamento de efluentes é o carvão ativado.

Regeneração do carvão ativado:
A regeneração do carvão é geralmente exeqüível, sendo até economicamente preferível. Nos processos de regeneração, o objetivo é a remoção dos materiais previamente adsorvidos da estrutura porosa do carvão. A regeneração poderá ser feita por via térmica, por vapor, por extração com solvente, por oxidação química ou tratamento ácido ou alcalino.

Troca iônica
A troca iônica é geralmente utilizada na remoção de ânions e cátions indesejáveis das águas residuais. As resinas de troca iônica consistem numa estrutura tridimensional, orgânica ou inorgânica, com grupos funcionais ligados. A maior parte das resinas de troca iônica usadas no tratamento de efluentes são sintéticas, produzidas por polimerização de compostos orgânicos, resultando numa estrutura tridimensional porosa.
Os grupos funcionais iônicos que irão ser substituídos posteriormente pelo ions a serem retirados do efluente são geralmente introduzidos por reação da matriz polimérica com um composto químico que contenha o grupo desejado. A capacidade de  troca é determinada pelo número de grupos funcionais por unidade de massa da resina. O desempenho e economia da troca iônica estão relacionados com a capacidade da resina para captar ions e com a quantidade de regenerante requerida. 
O tratamento de uma água residual por troca iônica envolve uma sequência de operações. O efluente passa pela resina até que os pontos de troca disponíveis estejam ocupados e o contaminante apareça no efluente de saída. A este ponto da operação chama-se "breakthrough", equivalente à saturação do leito utilizado.

                         
                                                                             
                                  Deionizador


A esta altura o tratamento pára, caso seja leito único, e o leito é lavado para remover lixo e para reativar a resina. O leito é então regenerado. 
Após a regeneração, o leito é lavado com água para remover o regenerante. O equipamento está, de novo, pronto para outro ciclo de tratamento.





Tratamento Biológico





                       


                    Os  líquidos penetrantes são totalmente orgânicos, portanto, um ótimo alimento para bactérias denitrificantes (nitrossomonas). Estes microorganismos são seres heterotróficos que se alimentam de compostos orgânicos que são fontes de carbono e de energia liberando oxigênio, nitritos e nitratos. Havendo oxigênio no sistema, os elétrons livres se ligarão a ele otimizando o sistema, se houver nitrato ou nitrito, funcionarão como oxidantes e também otimizarão o sistema. 
O sistema de tratamento biológico por meio de  lodo ativo é muito eficiênte necessitando somente a determinação em laboratório do tempo de residência do produto. 
Para que o sistema funcione deve haver:

Transformação Bioquímica:
- Remoção de matéria orgânica solúvel
- Remoção de matéria orgânica insolúvel (coloidal, biomassa)
- Remoção de matéria inorgânica solúvel (nutrientes – N e P)

Ambiente Bioquímico:
- Tipos de aceitador de elétrons (oxigênio, compostos orgânicos ou inorgânicos)

Configuração do Reator:
- Biomassa em suspensão ou aderida em suportes
- Lodo perfeitamente agitado

Ambiente Bioquímico:
O ambiente bioquímico é determinante na diversidade da comunidade microbiana.
Com relação ao oxigênio:
- Processos aeróbios suportam uma cadeia alimentar completa, desde bactérias até rotíferos.
- Processos anóxicos são mais limitados em variedades de organismos.
- Processos anaeróbios são predominantemente bacterianos.

Filtração
A filtração é um método mecânico de separação, tendo como principal objetivo, no que diz respeito a tratamento de águas, a remoção de sólidos suspensos ou de flocos resultantes das operações de
floculação/coagulação.
Este método consiste em forçar a corrente de solução a tratar contra uma estrutura porosa, o filtro, que  reterá partículas de dimensões maiores que as dos poros. Um dos princípios mais importantes da filtração é que os sólidos recolhidos acabam por se tornar na própria superfície filtrante. A remoção de partículas da água por filtração depende muito do tamanho das partículas em questão, sendo, para as partículas de maiores dimensões, de fácil aplicação. No entanto, para partículas de dimensões relativamente reduzidas, a operação de filtração pode tornar-se extremamente dispendiosa.
Existem vários equipamentos de filtração. No entanto, há alguns cuja aplicação em tratamentos de águas residuais não é economicamente viável. Para além do tratamento de águas, a filtração é também comum na desidratação de lamas resultantes dos diferentes tratamentos..





quarta-feira, 18 de maio de 2011

Efluentes Líquidos

Efluentes líquidos são geralmente produzidos por indústrias ou resultante dos esgotos domésticos urbanos, que são lançados no meio ambiente. Podem ser tratados ou não tratados. Cabe aos órgãos ambientais a determinação e a fiscalização dos parâmetros e limites de emissão de efluentes industriais, agrícolas e domésticos. Para isso, é necessária a implantação de um sistema de monitoramento confiável. As exigências da legislação ambiental levaram as empresas a buscar soluções para tornar seus processos mais eficazes. É cada vez mais freqüente o uso de sistemas de tratamento de efluentes visando a reutilização de insumos (água, óleo, metais, etc), minimizando o descarte para o meio ambiente.

Existem basicamente duas categorias de efluentes líquidos: sanitários ou domésticos e industriais.

A emissão de efluentes líquidos, no ambiente, foi regulamentada pelo Protocolo de Annapolis da mesma forma que a emissão de gases foi regulamentada pelo Protocolo de Kioto.

O lançamento de efluentes, num corpo d' água, pode ser efetuado por um emissário submarino ou sub-fluvial. O seu funcionamento é extremamente simples e eficiente no tratamento dos esgotos.Geralmente é precedido por um interceptor de esgotos e por um emissário terrestre. O primeiro emissário do mundo foi construído em 1910 em Santa Mônica, na Califórnia.O maior emissário do mundo foi construído em Boston - U.S.A. No Brasil, existem algumas dezenas de emissários submarinos e sub-fluviais, entre os quais os de Ipanema, Barra da Tijuca e Rio das Ostras, no Estado do Rio de Janeiro, o de Fortaleza e os dois de Maceió em Alagoas, Aracaju, Salvador, Vitória, Guarujá, Santos, São Vicente e Praia Grande (SP). Saturnino de Brito Filho, em 1972, junto com o engenheiro sanitarista Jorge Paes Rios, projetaram e construíram o primeiro emissário sub-fluvial do Brasil em Manaus,no Estado do Amazonas, e o segundo em Belém, no Estado do Pará. Para o cálculo da diluição, da dispersão e do decaimento bacteriano químico ou térmico são utlizados, normalmente modelos matemáticos e, eventualmente, em lançamentos de efluentes industriais, com grandes vazões, como o de uma Usina Nuclear também modelos físicos.



segunda-feira, 11 de abril de 2011

Fissão Nuclear

Fissão Nuclear é a quebra do núcleo de um átomo instável em dois menores e mais leves, como por exemplo, após a colisão da partícula nêutron no mesmo. Esse processo pode ser rotineiramente observado em usinas nucleares e/ou em bombas atômicas.

Fissão Nuclear é a quebra do núcleo de um átomo instável em dois menores e mais leves, como por exemplo, após a colisão da partícula nêutron no mesmo. Esse processo pode ser rotineiramente observado em usinas nucleares e/ou em bombas atômicas.
Na fissão nuclear, a energia é liberada pela divisão do núcleo normalmente em dois pedaços menores e de massas comparáveis – para núcleos pesados, existe a fissão em mais de dois pedaços, mas é muito rara, uma em 1 milhão para urânio. Pela lei de conservação de energia, a soma das energias dos novos núcleos mais a energia liberada para o ambiente em forma de energia cinética dos produtos de fissão e dos nêutrons liberados deve ser igual à energia total do núcleo original.
A fissão do núcleo raramente ocorre de forma espontânea na natureza, mas pode ser induzido se bombardearmos núcleos pesados com um nêutron, que, ao ser absorvido, torna o núcleo instável.
O 235U, por exemplo, ao ser bombardeado com um nêutron, fissiona em dois pedaços menores, emitindo normalmente dois ou três nêutrons (figura 1). Se houver outros núcleos de 235U próximos, eles têm uma certa chance de ser atingidos pelos nêutrons produzidos na fissão. Se houver um grande número disponível de núcleos de urânio-235, a probabilidade de ocorrerem novas fissões será alta, gerando novos nêutrons, que irão gerar novas fissões.
                     
                          

Processo de Fissão Nuclear
Esse processo sucessivo é chamado reação em cadeia. Controlando-se o número de nêutrons produzidos e a quantidade de 235U, pode-se controlar a taxa de fissão ao longo do tempo. Essa reação em cadeia, denominada controlada, é o processo utilizado em um reator nuclear. Já em uma bomba atômica, as fissões ocorrem todas em um intervalo de tempo muito curto, gerando uma enorme quantidade de energia e provocando a explosão.


Esse processo sucessivo é chamado reação em cadeia. Controlando-se o número de nêutrons produzidos e a quantidade de 235U, pode-se controlar a taxa de fissão ao longo do tempo. Essa reação em cadeia, denominada controlada, é o processo utilizado em um reator nuclear. Já em uma bomba atômica, as fissões ocorrem todas em um intervalo de tempo muito curto, gerando uma enorme quantidade de energia e provocando a explosão.

Fontes:


segunda-feira, 28 de março de 2011

Partes e tipos de reatores nucleares de fissão.

Bem, após uma pesquiza por tipos de tecnologias usadas em usinas nucleares, descobri que isso se resume ao tipo de reator que determinada usina utiliza, então vamos ao que interessa, começando com algumas informações sobre reatores nucleares de fissão em geral. 

Num reactor nuclear de fissão utiliza-se o urânio natural, na maior parte dos casos - uma mistura de U-238 e de U-235 - por vezes enriquecido com extra U-235. O U-238 tem tendência para absorver os nêutrons de alta velocidade originados pela divisão dos átomos U-235, mas não absorve nêutrons lentos tão rapidamente. Assim, num reactor é incluída uma substância moderadora que, juntamente com o urânio, abranda os nêutrons. O U-238, por sua vez, já não os absorve tão facilmente e a fissão continua.
Um reator nuclear de fissão apresenta, essencialmente, as seguintes partes:

1 - Combustível: isótopo físsil e/ou fértil. Exemplos: Urânio-235, Urânio-238, Plutônio-239, Tório-232, ou misturas destes, sendo normalmente a mistura de óxidos de urânio e plutônio.
2 - Moderador: água, hélio, grafite e sódio metálico. Estes cumprem a função de reduzir a velocidade dos neutrões produzidos na fissão, para que possam atingir outros átomos fissionáveis mantendo a reação.
3 - Refrigerador: estes são os mesmo do moderador, mas eles conduzem o calor produzido durante o processo até a turbina geradora de eletricidade ou o propulsor.
4 - Refletor: sendo composto de água, grafite e o próprio urânio, reduz o escapamento de nêutrons aumentando a eficiência do reator.
5 - Blindagem: Sendo feita de concreto, chumbo, aço e água, evita o escapamento de radiação gama e nêutrons rápidos.
6 - Material de Controle: Sendo feita de cádmio ou boro, finaliza a reação em cadeia, pois ambos são óptimos absorventes de nêutrons. Geralmente são usados na forma de barras (de aço borado, por exemplo) ou bem dissolvidos no refrigerador.
7 - Elementos de Segurança: todas as centrais nucleares de fissão apresentam múltiplos sistemas de segurança ativos (que respondem a sinais elétricos) e passivos (que atuam de forma natural como a gravidade, por exemplo). A contenção de concreto que rodeia os reactores é o principal sistema de segurança e destina-se a evitar que ocorra vazamento de radiação para o exterior.

O núcleo do reactor é construído dentro de um forte recipiente de aço que contém varetas de combustível feitas de materiais cindíveis (físseis) metidos dentro de tubos. Essas varetas produzem calor enquanto o combustível sofre a cisão (fissão). Varetas de controlo, geralmente de boro ou cádmio - para absorver facilmente os nêutrons -, são introduzidas e retiradas do núcleo, conforme a necessidade de estabilizar a reacção, variando a corrente de neutrões no núcleo, controlando o ritmo de cisão e, portanto, o calor produzido. As varetas estão rodeadas por um moderador, que reduz a velocidade a que os nêutrons são produzidos pelo combustível. Percorrendo o núcleo corre um refrigerante, líquido ou gasoso, que, ao ser aquecido pelo calor libertado, gera vapor de água que será canalizado para turbinas.

Tipos de reatores de fissão

Atualmente existem vários tipos de reatores nucleares de fissão:

LWR - Light Water Reactors: Utilizam como refrigerante e moderador a água leve (água comum) e, como combustível, o urânio enriquecido. Os mais utilizados são os BWR (Boiling Water Reactor ou reator de água em ebulição ) e os PWR (Pressure Water Reactor ou reatores de água a pressão), estes últimos considerados atualmente como padrão. Em 2001 existiam 345 em funcionamento.
CANDU - Canada Deuterium Uranium: Utilizam como moderador água pesada (cuja molécula é composta por dois átomos de deutério e um átomo de oxigênio) e, como refrigerante, água comum (água leve). Como combustível, usam urânio comum. Existiam 34 em operação em 2001.
FBR - Fast Breeder Reactors: Utilizam nêutrons rápidos no lugar de térmicos para o processo da fissão. Como combustível utilizam plutônio e, como refrigerante, sódio líquido. Este reator não necessita de moderador. Em 2001 havia apenas quatro deles em operação .
HTGR - High Temperature Gás-cooled Reactor: Usa uma mistura de tório e urânio como combustível. Como refrigerante, utiliza o hélio e, como moderador, grafite. Existiam 34 em funcionamento em 2001.
RBMK - Reactor Bolshoy Moshchnosty Kanalny: Sua principal função é a produção de plutônio, e como subproduto gera eletricidade. Utiliza grafite como moderador, água como refrigerante e urânio enriquecido como combustível. Pode recarregar-se durante o funcionamento. Apresenta um coeficiente de reatividade positivo. Em 2001, existiam 14 desses reatores em funcionamento .
ADS - Accelerator Driven System: Utiliza uma massa subcrítica de tório. A fissão é produzida pela introdução de nêutrons no reator de partículas através de um acelerador de partículas. Ainda se encontra em fase de experimentação, e uma de suas funções fundamentais será a eliminação de resíduos nucleares produzidos em outros reatores de fissão.

Bem, é isso! Até uma próxima!